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Período Especial: veja como cada curso da graduação do Setor de Ciências Exatas enfrentou o ensino remoto

Período Especial: veja como cada curso da graduação do Setor de Ciências Exatas enfrentou o ensino remoto

 

O Período Especial, que foi aprovado em 19 de junho na Resolução 59/20 e iniciou em 13 de julho, está em reta final. Segundo dados de uma pesquisa realizada pela UFPR, as aulas na graduação atenderam 70% dos alunos. E segundo a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (Prograd), as matrículas nos três primeiros ciclos do período especial cobriram, em média, cerca de 35% das matrículas nas disciplinas do primeiro semestre de 2020. Professores do Setor de Ciências Exatas relataram as principais dificuldades e o como foi o andamento das disciplinas no modo de ensino remoto. 

 

Os desafios mais mencionados foram de adaptação em relação aos novos  recursos tecnológicos nas disciplinas, além da falta de contato direto com os alunos. Muitos professores participaram dos cursos oferecidos pela Coordenadoria de Integração de Políticas de Educação a Distância (CIPEAD) e  Unidade de Capacitação e Qualificação da UFPR. Além disso, a interação com o aluno também foi um fator preocupante para os professores.

 

Cada curso passou por sua própria experiência em relação ao Período Especial, veja como foi para cada um:

 

Curso de Matemática

Segundo a coordenadora do curso, Ximena Mujica, o Período Especial foi um grande desafio, tanto para docentes quanto para alunos, pois exigiu muitas horas de dedicação: “tanto por ter que preparar materiais para as plataformas virtuais, o que demanda mais tempo do que o preparo de aulas presenciais, quanto pela novidade de trabalhar num formato distinto daquele com o que se estava habituado”, comenta. A maioria dos docentes optou por aulas assíncronas e por disponibilizar materiais nas plataformas, o que requer um pouco mais de trabalho.

 

Para o professor Lucas Pedroso, aprender a trabalhar com as limitações do ensino remoto foi muito desafiador: “dominar as ferramentas tem sido um processo contínuo, e certamente em um eventual semestre remoto decisões diferentes serão tomadas com respeito à escolha das plataformas para as atividades síncronas, critérios de avaliação, conteúdo programático, entre outros aspectos”. Ele ainda ressalta que a união dos professores em se ajudar foi fundamental. 

 

Outra dificuldade foi avaliar o rendimento e o interesse da turma, já que o feedback visual foi perdido: “há muito o que se refletir sobre como fazer com que a experiência seja o mais proveitosa possível para o aluno”, fala Pedroso.

 

No curso de Matemática, dos oito departamentos que o atendem, seis ofertaram disciplinas. A adesão inicial dos alunos foi de 74%, mas um mês depois do início das aulas caiu para 65%. Mujica explica que essa queda está relacionada ao fato de que muitos alunos não souberam mensurar a carga de trabalho e que optaram por cancelar alguma disciplina. Mas mesmo com a queda, o número de estudantes superou as expectativas. 

 

A professora Maria Eugênia Martin fala que as dificuldades foram variadas: “desde a falta de equipamento como um bom microfone ou uma mesa digitalizadora até a falta de conhecimentos sobre o funcionamento de aplicativos, salas de aulas virtuais e as diferentes opções de ferramentas disponíveis para o ensino não presencial”. 

 

Além disso, a falta do contato com os alunos, já que muitos não ligavam as câmeras, também foi sentida. Foram necessárias muitas adaptações: “nós tivemos que repensar nosso planejamento das aulas, não é o mesmo planejar uma aula presencial que uma vídeoaula. Além disso, o trabalho foi duplicado ou triplicado ao ter que gravar e editar as aulas. Com certeza foi produtivo do ponto de vista de tudo o que aprendemos sobre o uso de tecnologías, explica Martin.

 

“Não podemos avaliar o PE da mesma forma que medimos semestres de até ano passado. Eu arrisco dizer  que as expectativas foram superadas. Ainda teremos que esperar para saber o aproveitamento nas disciplinas. Se isso  chegar  perto do  que ocorre  em semestres comuns, certamente terá sido uma boa experiência”, comenta Mujica.

 

Curso de Expressão Gráfica

De acordo com a coordenadora do curso, Arabella Galvão, o comprometimento dos alunos e professores com o ensino remoto foi excelente e o resultado foi positivo: “eu achei o comprometimento dos alunos excelente, na maioria, realmente estavam dispostos a estudar, por isso tivemos baixos índices de reprovação”.

 

A coordenação do curso desenvolveu um questionário para os alunos que participaram do Período Especial responderem. A maioria dos alunos aprovaram e aprenderam com as aulas. Em questão a organização e a facilidade de estudo dos próprios alunos, houve uma necessidade de adaptação, já que muitos não tiveram aulas remotas antes. “Podemos inferir que os professores que se dispuseram a trabalhar no ERE fizeram um ótimo trabalho, pois os alunos, mesmo sem experiência anterior com o ensino remoto, puderam efetivamente aprender os conteúdos propostos”, destaca Galvão. 

 

No total, participaram 119 alunos e seis professores. Foram poucas disciplinas ofertadas pois poucos professores aderiram ao Período Especial. E além disso, foram escolhidas matérias que resolveriam problemas, já que o curso está em transição de currículos.

 

A professora Isabella de Souza Sierra conta que encarou o ensino remoto sem expectativa e como um período de experiência. Para ela foram duas dificuldades principais: capacidade computacional e de softwares, já que muitos utilizavam os computadores dos laboratórios; e traduzir as aulas práticas no ensino a distância: “para resolver esses problemas, foi bastante criatividade, um pouco de concessões, então algumas coisas que realmente não tem como fazer foram deixadas para uma situação no momento em que as aulas retornem.” Além disso, materiais e tutoriais dispostos na internet ajudaram em exemplificar nas aulas.

 

“Eu acho que foi interessante pela questão que obrigou a gente a pensar em soluções para problemas que a gente não sabia que iria ter e também nessa integração com o virtual que já tava na hora da gente fazer”, fala Sierra. Assim, para ela, o Período Especial ajudou na necessidade de fazer alguma coisa dentro do contexto de quarentena. Ela também conta que notou os alunos sentem muita diferença entre o presencial e o virtual.

 

Essa diferença também foi percebida pelo professor Anderson Teixeira Goés. Para ele, uma das principais dificuldades foram em relação ao aluno lidar com a autonomia que receberam, especialmente no começo. “A dificuldade era deles conseguirem se encaixar nessa forma de ensino. De eles terem essa rotina, de eles terem esse compromisso de saber que naquele dia, naquele horário que eles tinham se programado, eles tinham que fazer a atividade. Porque é bem diferente eles virem para a sala de aula, naquele horário definido na semana.”, informa Goés.

 

Góes utilizou diversos recursos educacionais para facilitar o ensino remoto: “desde questionários online, que eles tinham que responder, teve um recurso educacional que eu utilizei que eles faziam um mural virtual, fóruns, textos colaborativos”. Além disso, gravou algumas aulas para a disciplina. “Essas dificuldades foram contornadas dessa forma e os alunos disseram que foi realmente produtivo e que eu posso estar trabalhando dessa forma com as demais turmas”, conta.

 

Curso de Física

Para a coordenadora, Camilla de Oliveira, o Período Especial foi um momento de aprendizado para os próximos passos: “o Ensino Remoto Emergencial permitiu que nos familiarizarmos com as ferramentas disponíveis e com essa nova dinâmica de ensino e convívio docente-discente”. 

 

A coordenação do curso abriu 17 turmas, sendo 12 ofertadas pelo Departamento de Física. Foram 321 vagas ofertadas pela Coordenação e 228 alunos atendidos e alunas atendidas com pelo menos 1 matrícula, e  vários alunos fizeram matrícula em mais de uma disciplina.

 

O curso iniciou o Período Remoto sem ter muita expectativa, mas resultaram surpresas agradáveis: “como a adesão dos e das estudantes e de alguns e algumas docentes, que se dedicaram ministrando aulas síncronas com uma grande carga horária semanal e assíncronas com uma grande variedade de avaliações e ferramentas, para permitir a melhor experiência de aprendizado para os alunos e as alunas”, comenta de Oliveira.

 

Para a professora Alessandra Barbosa ministrar as disciplinas em um tempo menor de maneira remota foi desafiador tanto para docentes quanto alunos. Foram diversas as dificuldades, desde a preparação do curso, pensando no formato e nas avaliações, até a concretização, passando por instabilidade da rede, UFPR Virtual fora do ar em algumas situações, dificuldades em lidar com as plataformas digitais, entre outras. “Embora eu já tivesse ministrado os cursos antes, regular e presencialmente, foi preciso adequá-los para as aulas remotas, precisei preparar apresentações com as aulas, comprar uma mesa digitalizadora, entre outras”.

 

Barbosa relata que os alunos sentiram muito com a intensidade do período, já que os ciclos foram semanas e não um semestre: “os alunos e as alunas das duas disciplinas relataram que o curso foi muito denso. E isso foi um fator dificultador, em particular para aquelas e aquelas que trabalham”. 

 

O professor Márcio Bettega teve uma experiência um pouco diferente, já que os alunos eram do último ano do curso e por ser um turma pequena: dos oito alunos matriculados, apenas quatro cursaram: “como Mecânica Quântica II é uma disciplina de último período, os estudantes já têm uma certa maturidade para o estudo individual, o que ajudou bastante no andamento do curso”.

 

As aulas foram síncronas, através da plataforma Teams, com uso de slides e mesa digitalizadora. “Houve pouco tempo para o preparo da disciplina, digitar as notas de aula, aprender a usar a plataforma, mas de maneira geral, eu gostei da experiência e pretendo repetir caso haja novo período especial”, comenta Bettega.

 

Curso de Química

Segundo a coordenadora, Andrea de Oliveira, o Período Especial foi positivo e muito produtivo, tanto para alunos quanto para os professores. “Há relatos de professores que os alunos em algumas disciplinas tiveram um desempenho melhor do que quando na modalidade presencial”, comenta. As disciplinas de seminários são um exemplo desse maior comprometimento do alunos.

 

Seriam duas as principais dificuldades encontradas no ensino remoto: adaptação às plataformas virtuais, pelos professores e pelos alunos; e o número de vagas ofertados em cada disciplina. Oliveira explica que muitos professores sentiram uma certa resistência em aderir ao Período Especial, assim como houve aqueles que estavam impossibilitados de dar aulas, já que ministram aulas práticas. Mas a expectativa é de que em um novo ciclo, mais professores ofereçam disciplinas. “ de uma certa forma, eu vejo um balanço bastante significativo para o curso de Química, nos ofertamos em torno de 50% das nossas disciplinas”, explica Oliveira

 

Para o professor Daniel Rampon, as dificuldades podem ser divididas em duas categorias, operacionais e didáticas. Em relação as de origem operacional, é a falta de uma plataforma unificada para o ensino remoto, instabilidade de conexão de internet, necessidade de aprender novos recursos tecnológicos: “o ensino remoto nos estimulou a usar mais recursos tecnológicos diversos para o ensino, no entanto, isso exige uma curva de aprendizado por parte do docente, como também o auto aprendizado do professor de diversos softwares e sistemas novos”.

 

Já as dificuldades didáticas, Rampon elenca o contato direto entre professor e aluno e as aulas experimentais: “investimos muito tempo no uso de ferramentas que compensem essa distância. Por exemplo, a utilização de listas de exercícios e correções dessas listas de forma remota foi intensa, exigindo muito do professor e estudante. A realização dos experimentos pelos alunos não é substituída somente com a visualização de um experimento na tela do computador. O contato direto com os equipamentos, vidrarias e reagentes é insubstituível”.

 

No curso de Química, 81% dos alunos aderiram ao Período Especial.

 

Curso de Ciência da Computação

A maioria das turmas abertas foram pequenas, já que os professores precisavam aprender a utilizar as ferramentas virtuais. Foram 25 turmas nos três ciclos e 21 professores, dos Departamentos de Informática, Estatística e Matemática. E o curso de Ciência da Computação teve o total de 472 matrículas.

 

Segundo o coordenador, Luiz Carlos Albini, a principal dificuldade para os professores foi a forma de avaliação, já que o ensino remoto requer adaptação. Já em relação aos alunos, eles preferiam quando as aulas eram gravadas e em vídeos menores, pois permitem um tempo maior para se dedicarem. “O que toma mais tempo é a preparação e gravação das aulas, bem com a correção dos trabalho, pois estou passando muito mais exercícios para avaliar os alunos. Já cheguei a gastar mais de 2 horas para conseguir gravar uma aula de 20-30 minutos”, comenta Albini.

 

Curso de Estatística

Para o coordenador, César Taconelli, o ensino remoto precisou que professores e aluno se adaptarem ao estilo, mas houve uma avaliação positiva: “todos procuraram fazer o seu melhor e eu acho que o saldo disso, dada a situação atual, é bastante positivo”.

 

No curso de Estatística, entre 8 e 10 professores ofertaram disciplinas no Período Especial, dos departamentos de Estatística, Matemática e Informática. E a maior parte dos alunos pode se matricular em pelo menos uma disciplina.

 

As principais dificuldades foram de adaptação. “Os professores tiveram que desenvolver novas habilidades, novas formas de técnica de ensino, serviu também para que nós pudéssemos aprender novas ferramentas, e novos recursos que já estavam disponíveis anteriormente, mas subutilizados na oferta presencial das disciplinas”, explica Taconelli.

 

Curso de Matemática Industrial

Segundo o coordenador, Manuel Barreda, professores e alunos que aderiram ao Período Especial, se empenharam para fazer funcionar. Participaram 12 professores e 53 alunos. Mas esperava-se um número maior de alunos em algumas disciplinas.

 

Entre as dificuldades, Barreda comenta que para os alunos, foram as cargas horárias das disciplinas: “em função dos horários propostos para as disciplinas em período especial e pela limitação da carga horária (180h), alguns alunos tiveram que cancelar sua matrícula”. Já em relação aos professores, nenhum relatou nenhuma grande dificuldade.

Centro de Ciências Forenses realiza evento de lançamento com palestras

Centro de Ciências Forenses realiza evento de lançamento com palestras

 

Nesta quarta-feira (23), o Centro de Ciências Forense realiza seu evento de inauguração, “Ciências Forenses em ação”.  A cerimônia ocorre de maneira online. O objetivo da cerimônia é lançar o CCF, apresentar o projeto e discutir a área das ciências forenses. Participaram da abertura cerca de 145 pessoas.  

 

A programação é dividida no período da manhã e da tarde. São palestras com convidados da Polícia Científica do Paraná, da Friedrich-Alexander-Universität Erlangen-Nürnberg, do Student Chapter de Geologia Forense e do Comitê Gestor do Centro de Ciências Forenses. 

 

O evento iniciou com a solenidade de abertura. Estavam presentes na mesa oficial a Vice-Reitora da Universidade Federal do Paraná, a Graciela Bolzón de Muniz; o diretor do Setor de Ciências Exatas, Marcos Sunye; o Diretor Geral da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki; o Perito Criminal Federal, Fábio Augusto da Silva Salvador; e a Coordenadora do Centro de Ciências Forenses da UFPR, Caroline Da Ros Montes D’Oca. 

 

As falas giraram em torno da importância da criação do Centro de Ciências Forenses para a Universidade, para o desenvolvimento científico e para a segurança pública.

 

O Centro de Ciências Forenses é pioneiro e tem como meta a formação de recursos humanos altamente qualificados, a inserção de ferramentas modernas e de alta tecnologia na investigação forense, além da difusão de conhecimento na área: “contribuir para o atendimento às demandas da sociedade brasileira, principalmente por meio de pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área forense em projetos de colaboração entre a Universidade e os órgãos de fiscalização e controle”, explica a professora Anelize Rumbelsperger, uma das coordenadoras do CCF. 

 

Para conferir a programação e participar do evento entre no site: https://ccf.c3sl.ufpr.br/index.php/eventos/

Portal Cursos Abertos oferece conteúdo para comunidade interna da UFPR e externa

Portal Cursos Abertos oferece conteúdo para comunidade interna da UFPR e externa

 

O Cursos Abertos foi criado em 2015, quando o Setor de Ciências Exatas adquiriu câmeras filmadoras profissionais e incentivou os professores gravar as aulas para disponibilizar para a comunidade. O portal surgiu inspirado no movimento de cursos abertos massivos de outras universidades, com a intenção de disponibilizar material para a sociedade, por isso o nome de cursos abertos. Ele é mantido pelo Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL).

 

Com a oferta das disciplinas do Período Especial, professores estão disponibilizando as aulas gravadas no portal, especialmente os Departamentos de Estatística e de Informática. Mas qualquer um docente interessado em divulgar seus conteúdos pode utilizar a plataforma. 

 

                                                (Página inicial do portal Cursos Abertos. Foto: divulgação)

 

O objetivo é ofertar qualquer produção institucional, seja de caráter de divulgação educacional, científica ou de extensão. “A plataforma não serve apenas como maneira dos alunos assistirem aulas que perderam ou reforçar conteúdos, mas também como forma de oferecer conhecimento para toda sociedade, como cursos curtos de tópicos que acham relevantes, palestras e seminários”, explica o professor Luis de Bona, do Departamento de Informática e do C3SL.

 

O portal é uma iniciativa de aumentar a produção institucional e a visibilidade da Universidade: “um dos critérios de qualidade de uma instituição é a quantidade de dados que ela oferece para a comunidade. A UFPR está bem neste ranking, mas já foi melhor”, comenta o professor Marcos Castilho, do Departamento de Informática e do C3SL. Ele permite fácil acesso aos vídeos e um modo simples de divulgar o conteúdo.

 

                       (Vídeo publicado na plataforma pelo professor Marcos Castilho. Foto: divulgação)

 

Professores interessados em publicar os vídeos no Cursos Abertos devem entrar em contato com o C3SL pelo email: contato@c3sl.ufpr.br

Centro de Ciências Forenses recebe visita do Ministério da Justiça e Segurança Pública para discussão de projetos em conjunto

Centro de Ciências Forenses recebe visita do Ministério da Justiça e Segurança Pública para discussão de projetos em conjunto

 

Na quinta-feira, dia 20 de agosto, professores do Centro de Ciências Forenses (CCF) e membros do Setor de Exatas se reuniram com integrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) com o objetivo de apresentar os trabalhos de pesquisa realizados pelo CCF e para discutir uma possível parceria sobre um projeto na área de geoprocessamento forense. Além disso, houve uma visita nos laboratórios do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) e do Instituto Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (ILamir), alguns dos laboratórios que compõem o CCF.  A reunião foi um primeiro contato e a cooperação ainda está em fase de consolidação.

 

Participaram do encontro o professor André Grégio, do Departamento de Informática, a professora Caroline D’Oca e o professor Andersson Barison, do Departamento de Química, o professor Evaldo Ribeiro, do Departamento de Física, do Setor de Ciências Exatas; a professora Anelize Rumbelsperger, do Departamento de Geologia e o professor Daniel dos Santos, do Departamento de Geomática, do Setor de Ciências da Terra. Do Ministério da Justiça e Segurança Pública estiveram presentes João Fernando Pinheiro Filho e Plínio Menezes e, de forma online, Jonathan Wohlke, da Polícia Federal.

 

Além disso, compareceram Marcos Sunye, diretor do Setor de Ciências Exatas, Carla Marcondes, da Secretaria de Projetos do Setor de Ciências Exatas e membro do Comitê Gestor do CCF, e Edemir Maciel, do C3SL.

A reunião foi dividida em 2 partes. Na primeira, houve uma apresentação do Centro de Ciências Forenses, com os objetivos do trabalho, os laboratórios e professores participantes, áreas de pesquisa e projetos em consolidação. Na segunda parte, o professor Daniel dos Santos apresentou a ideia do projeto “Sistema de Geoprocessamento Inteligente para Monitoramento de Fronteiras”, com a contextualização e objetivos.

 

O Centro de Ciências Forenses

 

O Centro de Ciências Forenses (CCF) foi oficializado há quatro meses através da Resolução 31/19-COPLAD e é coordenado pelos professores André Grégio, Caroline D’Oca e Anelize Rumbelsperger.

Este Centro foi criado com o objetivo de contribuir com as demandas da sociedade por meio da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, em colaboração com órgãos de fiscalização e controle. O CCF reúne pesquisadores altamente qualificados e infraestrutura laboratorial e tecnológica em diversas áreas das Ciências Forenses, esse ambiente multidisciplinar favorece o desenvolvimento de soluções inovadoras na investigação forense.

“Oferecer capacitação de alto nível aos profissionais da perícia criminal e outros interessados na área, bem como avançar o estado-da-arte das ciências forenses a fim de promover o combate ao crime de forma célere e com excelência científica”, explica a professora Anelize Rumbelsperger, uma das coordenadoras do CCF. Trabalhos já são feitos em parceria com a Polícia Federal e a Polícia Científica. 

 

Participam do CCF os seguintes laboratórios: Central Analítica do Departamento de Química (CA-DQUI), Laboratório de Ressonância Magnética (RMN), o Laboratório de Propriedades Ópticas, o Centro Computação Científica e Software Livre (C3SL), Laboratório de Biociências e Espectrometria de Massas (LaBicEM), Laboratório de Análise de Padrões Espaciais (LAPE), o Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH), o Laboratório de Pesquisas em Geofísica Aplicada (LPGA), o Laboratório de Estudos Sedimentológicos e Petrologia Sedimentar (LabESed) e o Instituto Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (ILamir). Os laboratórios são de vários departamentos dos Setores de Ciências Exatas, de Ciências da Terra e de Ciências da Saúde.

 

O CCF é centro de pesquisas e de desenvolvimento tecnológico multidisciplinar na área forense. As áreas de pesquisa são: 1) Avaliação da Autenticidade de Obras de Arte e Objetos de Herança Cultural, 2) Rastreamento de Origem de Vestígios e Amostras Criminais, 3) Microvestígios de Interesse Forense, 4) Geoprocessamento Forense, 5) Correlação de Evidências Digitais e Forense Computacional, 6) Toxicologia Forense, 7) Identificação de Novas Substâncias Psicoativas (NSP) e 8) Combate a drogas, adulterações e falsificações.

Laboratórios interessados em participar do Centro de Ciências Forenses devem entrar em contato no e-mail ccf@ufpr.br

Maiores informações estão disponíveis no site oficial https://ccf.c3sl.ufpr.br/

Projeto entre Programas de Pós-Graduação em Informática pretende o fortalecimento do nível superior e o desenvolvimento regional

Projeto entre Programas de Pós-Graduação em Informática pretende o fortalecimento do nível superior e o desenvolvimento regional

 

O Projeto de Cooperação entre Instituições (PCI), entre os Programa de Pós-Graduação em Informática, PPGI da UTFPR-Cornélio Procópio e PPGInf do Departamento de Informática, surgiu para ajudar no desenvolvimento regional, especialmente em programas do interior. O processo está em fase final de formalização e foi desenvolvido através de conversas de professores da UFPR, UTFPR e UEL, consolidado Primeiro Fórum dos Programas de Pós-Graduação em Computação do Paraná.

 

São dois os principais objetivos da cooperação. O primeiro é fortalecer a parceria com o Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI) da UTFPR-Cornélio Procópio, por meio da formação em nível de doutorado. E o segundo, a contribuição para acelerar a capacidade de formação profissional de alto nível no interior, favorecendo o desenvolvimento local e regional.

 

Segundo Roberto Pereira, vice-coordenador do PPGInf e professor do Departamento de Informática, no interior do Paraná existe apenas um programa de Doutorado e por isso acontece a fuga dos profissionais para os grandes centros: “É urgente, portanto, o desenvolvimento de ações que apoiem os programas de pós-graduação do interior no fortalecimento de seus grupos de pesquisa e na formação de profissionais em nível de Doutorado, contribuindo com o desenvolvimento local”, comenta.

 

As atividades da cooperação são seleção de discentes de doutorado, oferecimento de disciplinas, orientação e apoio à condução das pesquisas, seminários para acompanhamento do progresso, qualificação e defesa das pesquisas realizadas. Professores da UFPR, UTFPR e UEL trabalharão em conjunto na orientação do doutorado. “O maior diferencial para esta cooperação é que todo projeto de doutorado será orientado por um(a) docente do PPGInf em coorientação com um docente do PPGI, favorecendo assim o estabelecimento de parcerias de média e longa duração e a transferências de conhecimento entre os programas”, explica Pereira.

 

O PPGInf oferece orientação, disciplinas, apoio técnico, laboratórios, infraestrutura computacional e administrativo, enquanto o PPGI oferece a infraestrutura local. A ideia é que os alunos possam continuar atuando na região enquanto fazem as pesquisas e as disciplinas. 

 

Pereira conta que a meta do PPGInf é fomentar uma rede de colaboração distribuída em todo o estado, através do apoio aos programas do interior para acelerar a sua capacidade de ensino, pesquisa e desenvolvimento em nível de doutorado e assim colocar o estado no mapa das grandes regiões de alta capacidade tecnológica: “Ampliar essas cooperações em todas as regiões do estado com iniciativas de intercâmbio de discentes e docentes, desenvolvimento de projetos temáticos, seminários compartilhados, etc., entre todos os programas”.  O PPGInf já possui outras cooperações em andamento com praticamente todos os programas do interior, através de projetos e orientações conjuntas.

Ensino Remoto Emergencial e os desafios: quais são e como contornar

Ensino Remoto Emergencial e os desafios: quais são e como contornar

 

O primeiro ciclo das aulas do Ensino Remoto Emergencial, aprovado pela Resolução Nº 59/2020-CEPE, iniciou entre os dias 13 a 24 de julho e levantou um debate sobre as maneiras de organizar as aulas e os modos de interação, que ficaram a critério de cada professor. Aulas síncronas e assíncronas, plataformas de interação, feedback dos alunos são algumas das questões.

 

Os desafios enfrentados são diversos, mas o professor Paulo Justiniano, do Departamento de Estatística, destaca  dois principais: o primeiro é a necessidade de quebrar a ideia da aula remota ser igual a aula presencial: “aula remota exige quantidade de atividades e interações diferentes”, explica.

 

O segundo desafio é o feedback dos alunos. De acordo com Justiniano, a recepção nas aulas remotas são sentidas de modo diferente que nas presenciais, sendo que muitos alunos tendem a não se manifestar, o que pode causar uma impressão errada do comportamento da turma. Assim, é necessário que o docente crie mecanismos para apurar a opinião dos alunos, como enquetes e questionários, para assim conseguir corrigir eventuais ajustes.

 

Como contornar os desafios das aulas remotas

 

Uma das primeiras ideias que o professor precisa compreender é que não existe modo certo de preparar as aulas. O ensino remoto não possui um formato específico. Justiniano conta que o docente tem que levar em conta para quem ele está fazendo o curso e qual é o propósito dele. E, a partir disso, utilizar das boas práticas e outras ferramentas que auxiliam no desenvolver do curso.

 

Para o desenvolvimento das aulas, existem diversas plataformas e materiais que podem complementar o ensino, como gravar vídeos, colocar links de outros materiais da internet, consulta de materiais, entre outros. Além dos sites de colaboração, como o Moodle e os  de aulas online. 

 

 

E também, é necessário  criar canais de informações específicos entre professor e aluno, para que as informações fiquem centralizadas, e impedir que eles sejam alterados: “se você tem um canal de chat para conversas e perguntas durante a aula, aquele canal deve ser usado só para o objetivo específico dele e não para discutir outras coisas que não dizem respeito à aula naquele momento”, comenta. Além disso, o professor também deve ter algum canal de comunicação direta, que não exponha o aluno quando são questões individuais, como o email, por exemplo.

 

O aluno também possui papel fundamental no ensino remoto. É fundamental que exista comprometimento com as aulas e, o que Justiniano chama de ter a busca ativa pelo conhecimento: “não espere para ter contato com o assunto, procure ter contato antes da aula, os professores podem disponibilizar materiais para isso, e ir além dela”, aconselha.

 

É importante levar em conta que o Período Remoto Emergencial é uma ação de emergência, ele não contempla todas as necessidades e que não deve trocar o ensino convencional. Mas é um período que oferece a oportunidade tanto para a Universidade quanto para professores e alunos, experienciar oportunidades, reavaliar e incorporar novas visões: “a Universidade é a casa da inovação, ela não pode se abster de promover oportunidades e promover ações mesmo em situações difíceis. É uma grande chance de voltarmos mais pra frente, muito mais qualificados para continuar fazendo o papel da Universidade na formação de recurso de nível superior para sociedade”, expõe Justiniano. 

Simulador desenvolvido por professores e alunos do Setor de Exatas pode auxiliar no cálculo base do FUNDEB

Simulador desenvolvido por professores e alunos do Setor de Exatas pode auxiliar no cálculo base do FUNDEB

 

Desenvolvido em 2016, o Simulador Custo Aluno Qualidade (SIMCAQ) é uma ferramenta de diagnóstico e simulação que calcula o custo da oferta de ensino em escolas públicas, possibilitando fazer um planejamento educacional nos níveis municipais, estaduais e nacionais. Foi utilizado como base do cálculo do Custo Aluno Qualidade (CAQ), item do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), aprovado na última terça-feira (21), pela Câmara dos Deputados. 

 

O SIMCAQ foi desenvolvido pelo grupo de pesquisa Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), pelo Departamento de Planejamento e Administração Escolar (DEPLAE), da Universidade Federal do Paraná, e pelo Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (FACE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele é resultado do convênio com o Ministério da Educação. 

 

O Custo Aluno Qualidade é um parâmetro de financiamento educacional previsto pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Ele garante a formação continuada dos professores, o acesso à internet, a instalações sanitárias, quadras de esportes, laboratórios, bibliotecas e além do pagamento de despesas.

 

Ele é calculado para nível nacional, estadual, municipal, de maneira online. Segundo o professor Marcos Didonet, um dos coordenadores do SIMCAQ, o CAQ é calculado utilizando informações financeiros retirados de diferentes fontes de dados abertos e segue os parâmetros usado no Padrão de Qualidade de Referência (PQR), que são os valores iniciais para o cálculo: “os cálculos envolvem as matrículas, professores, funcionários de escolas públicas, além de dados sobre infra-estrutura de todas as escolas e salas aula. Com isso, milhões de registros de dados são percorridos e calculados, o que necessita bastante processamento pelos servidores disponíveis no C3SL”, explica.

 

Toda a comunidade pode utilizar o SIMCAQ, que foi criado com código fonte livre, sob licença GPL, que garante a verificação de todos os cálculos que foram desenvolvidos. Além disso, no site existem tutoriais que auxiliam nas simulações. “O portal é desenvolvido com tecnologias de ponta, e pode ser utilizado tanto em smartphones quando desktops, pois seu design é responsivo, isto é, se adapta a interface”, comenta Didonet.

Projeto dos Programas de Pós-Graduação do Setor de Exatas ajuda alunos da graduação nas disciplinas de cálculo

Projeto dos Programas de Pós-Graduação do Setor de Exatas ajuda alunos da graduação nas disciplinas de cálculo

 

O “Projeto de Programas de Pós-Graduação de Apoio ao Cálculo” é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) com vários programas de pós-graduação para auxiliar nas disciplinas de cálculo de vários cursos, a partir da produção e disponibilização de material digital, a utilização de ambientes virtuais e o acompanhamento mais próximo dos estudantes da graduação. O projeto está em fase inicial e, no momento, 14 alunos da pós-graduação estão envolvidos.

 

Fazem parte do projeto quatro programas de pós-graduação do Setor de Exatas, do Setor de Tecnologia e do Setor de Educação: o Programa de Pós-Graduação em Matemática (PPGM), Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática (PPGECM), Programa de Pós-Graduação em Métodos Numéricos em Engenharia (PPGMNE) e Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). 

 

O projeto começou a ser desenvolvido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e a Coordenadoria de Integração de Políticas de Educação a Distância (CIPEAD), que disponibilizou soluções para a interação entre as modalidades presencial e remota. Segundo o professor Alexandre Trovon, do Departamento de Matemática: “O Projeto de Programas de Pós-Graduação de Apoio ao Cálculo veio de uma iniciativa da PRPPG em criar canais de comunicação entre a pós-graduação e a graduação”. Outro fator importante foi a identificação de disciplinas com alto índice de reprovação entre os alunos bolsistas do PROBEM pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), como a disciplina de cálculo, que apresentou altos índices.

 

O atendimento aos alunos será feito através de momentos síncronos e fóruns de discussão, que permitem que o pós-graduando identifique as dificuldades e produza material de apoio específico. O projeto trabalha com as disciplinas de Introdução ao Cálculo, Cálculo I e Cálculo II do Período Especial, que segundo a professora Elizabeth Karas, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Matemática, intensificou a necessidade da união dos programas: “o Período Especial será para os pós-graduandos um laboratório para identificação das principais dificuldades dos alunos da graduação”, explica. 

 

É uma experiência de troca entre a graduação e a pós-graduação. De acordo com Willian Valverde, aluno do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática, o projeto permite dialogar com pessoas da área e experienciar conhecimentos da Educação: “Além do mais, seria uma oportunidade de ajudar e contribuir de alguma forma com o ensino público, retribuindo um pouco da minha formação”, comenta.

 

Juliana Gomes, aluna do Programa de Pós-Graduação em Matemática conta que é a oportunidade de vivenciar a sala de aula na expectativa do professor e que o projeto ainda aproxima a graduação: “Os alunos da graduação além do apoio na matéria, tem a oportunidade de consultar alguém que tá vivenciando uma pós e começar a pensar em, quem sabe, seguir neste caminho também”. 

 

A proposta é que o projeto seja expandido em outras disciplinas: “A expectativa é que esse projeto tenha uma excelente repercussão entre os alunos de graduação e que em um futuro breve possamos contribuir inclusive com as escolas de Ensino Médio”, informa Karas.

Professores discutem Período Especial e medidas de enfrentamento adotadas pelo Setor de Exatas em Assembleia Setorial

Professores discutem Período Especial e medidas de enfrentamento adotadas pelo Setor de Exatas em Assembleia Setorial

 

Professores, alunos e técnicos realizaram nesta sexta feira (17) uma Assembleia Setorial, por videoconferência, para discutir duas pautas: a contextualização e a análise da participação do Setor na oferta de disciplinas no Período Especial e a apresentação e a análise de medidas preventivas para um futuro retorno gradativo das atividades presenciais. Participaram cerca de 75 pessoas.

 

Em um primeiro momento, os chefes dos departamentos de Estatística, Química, Expressão Gráfica, Matemática, Física, Informática informaram quantas disciplinas estão ofertando e quantos professores aderiram ao período especial. Além disso, os professores manifestaram preocupações em relação às plataformas para as aulas e modos de armazenar as, além da preocupação da aprendizado do aluno.

 

Os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação também se manifestaram em relação às aulas remotas, já que muitos já tinham aderido a esse formato antes. A avaliação geral deles é que está agradando tanto alunos como professores. E também, que o ensino remoto permitiu algumas possibilidades novas, como participação externa em seminários.

 

Ações de enfrentamento adotadas pelo Setor de Exatas

 

A segunda parte da Assembleia abordou as medidas de enfrentamento que o Setor de Exatas tem realizado. Uma das ações é a aquisição de material, como filamentos para impressoras 3D para o Departamento de Expressão Gráfica, que tem atuado na produção de Protetores Faciais EPI, e a proposta de adquirir mesas digitalizadoras e câmeras para apoiar os professores na manutenção das aulas.

 

Além do que já pode ser feito para proteger as pessoas que precisam utilizar algum espaço, como os dispensers de álcool em gel no Departamento de Química, como reforçou Ana Luísa Lordello, vice-diretora do Setor de Exatas: “adequar para o recebimento dos alunos e professores que estão frequentando esses ambientes”.

 

E a partir de um Manual de Boas Práticas, desenvolvido em parceria com o Departamento de Enfermagem, a direção do Setor de Exatas tem estudado quais obras seriam necessárias para garantir um retorno seguro, como aberturas de janelas em laboratórios, entrada e saída seguras.

 

Além disso, foi discutido as ações e as pesquisas realizadas pelos departamentos como os modelos de previsão e a disponibilização de material. “Oportunidade para consolidar a universidade como produtora de conteúdo. Fomentar e investir nisso”, comenta Marcos Sunye, diretor do Setor de Exatas.

Tese defendida por doutoranda do Departamento de Física é premiada pela Sociedade Brasileira de Física

Tese defendida por doutoranda do Departamento de Física é premiada pela Sociedade Brasileira de Física

 

No dia 2 de julho, a Sociedade Brasileira de Física divulgou o resultado dos Prêmios SBF de Tese de Doutorado, que premia entre sete comissões, as melhores teses de doutorado defendidas entre 2016 e 2017. Na Comissão de Física Atômica e Molecular, a tese premiada foi da Alessandra Souza Barbosa, do Grupo de Física Atômica e Molecular do Departamento de Física, orientada pelo professor Márcio Bettega.

 

O Prêmio SBF de Tese de Doutorado é a primeira etapa para o Prêmio José Leite Lopes de Melhor Tese de Doutorado, que seleciona a melhor do período em todas as áreas. E as teses escolhidas devem conter resultados originais que contribuam para o avanço do conhecimento da natureza. Alessandra Souza Barbosa diz que o prêmio é reconhecimento do trabalho e esforço do grupo: “Eu me sinto muito feliz e honrada por esse prêmio! É um reconhecimento não só do meu trabalho, mas também do grupo de física atômica e molecular da UFPR em toda sua história”.

 

A tese “Espalhamento elástico de elétrons e pósitrons por moléculas cíclicas” foi defendida em agosto de 2017. E foi resultado de quatro anos de muito trabalho e pesquisa. Barbosa conta que entre as dificuldades da pesquisa, o resultado não sair como o esperado é uma delas: “Eu diria que fazer um doutorado, em qualquer área, ensina a ter muita resiliência. O resultado sobre o estado ligado no espalhamento pósitron-molécula, levou quase 3 anos para que conseguíssemos entender e fazer a correta interpretação do resultado”. 

 

“Eu me sinto muito grata e honrada por estar concorrendo ao PJLL, e por ter ganhado o prêmio de melhor tese da área de física atômica e molecular”, fala Alessandra. (Foto: arquivo pessoal/divulgação).

 

A tese premiada

 

Estuda a interação elétrons e pósitrons com moléculas, com um enfoque maior em moléculas cíclicas, que estão presente no DNA, por exemplo: “o DNA é formado por unidades chamadas de nucleotídeos, onde cada nucleotídeo contém um grupo fosfato, um açúcar e uma base (timina, adenina, guanina e citosina). Tanto as bases quanto os açúcares, presentes no DNA, apresentam estruturas cíclicas”, explica Barbosa. O estudo de base ajuda a entender a interação elétron ou pósitron com sistemas maiores como o DNA. 

 

Nos quatro anos de pesquisa, foi estudado a interação de pósitrons com as moléculas pirimidina, teórico e experimentalmente a interação de elétrons com clorobenzeno e descrição teórica do espalhamento de pósitrons. Barbosa diz que entre todos os resultados obtidos, o mais relevante foi mostrar a presença de um estado ligado no espalhamento pósitron-molécula:“Nunca antes foi reportado na literatura empregando um método teórico de espalhamento”. 

 

De acordo com Márcio Bettega, orientador e professor do Departamento de Física, a tese obteve resultados importantes e que contribuem para o entendimento: “Estes resultados contribuem para o entendimento de processos de quebra de simples fita e dupla fita no DNA por elétrons de baixas energias e também no entendimento no processo de aniquilação de pósitrons em ambientes moleculares, que têm aplicações em técnicas de diagnóstico de tumores, como tomografia por emissão de pósitrons”. 

Os cursos do Setor de Exatas adotam o Ensino Remoto Emergencial

Os cursos do Setor de Exatas adotam o Ensino Remoto Emergencial

Matéria atualizada 10/07/2020 sobre os cursos de Matemática e Informática Biomédica. 

 

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou no dia 19 de junho, a resolução que regulamenta as atividades de ensino nos cursos de graduação, através da adoção do Ensino Remoto Emergencial (ERE).

 

O período especial é realizado entre os dias 29 de junho e 26 de setembro de 2020, para os cursos semestrais; e entre 29 de junho e 07 de novembro, para os cursos anuais. E será dividido em três ciclos. A matrícula do primeiro é entre o dia 4 e 8 de julho e as aulas começam a partir do dia 13. 

 

(imagem: SUCOM/UFPR)

 

A disponibilidade das disciplinas é voluntária para as unidades administrativas, para o corpo docente e para os estudantes. Não fazer a matrícula não afetará o aluno quando o calendário acadêmico voltar ao normal e, o estudante pode solicitar cancelamento da matrícula do período especial em qualquer momento.

 

A Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (PROGRAD) disponibilizou um site com informações e as principais dúvidas sobre o Ensino Remoto Emergencial.

 

Cada curso do Setor de Exatas se organizou para esse período. Os cursos de Matemática Industrial, Matemática, Expressão Gráfica, Ciência da Computação e Física já definiram o primeiro ciclo do Ensino Remoto Emergencial, enquanto os cursos de Química, Estatística e Informática Biomédica ainda estão no processo de definição.

 

Confira os cursos:

 

Matemática Industrial

 

O curso oferecerá no primeiro ciclo três disciplinas (CMI013, CM095, CM098), no segundo outras quatro (CM120, CMI022, CM042, CMI031). Cada aluno poderá pegar, em média, duas matérias, não podendo ultrapassar as 180 horas. 

 

As aulas terão como contato remoto plataformas de comunicação virtual livre, como o aplicativo TEAMS. Cada professor vai definir o procedimento didático, mas os conteúdos serão disponibilizados na forma de slides, notas de aula, recomendações de leituras de capítulos de livros indicados na bibliografia, artigos e vídeos, entre outros.

 

Segundo o professor Manuel Barreda, coordenador do curso de Matemática Industrial, espera-se que no mínimo 40% dos estudantes façam as aulas: “encararem a situação como uma oportunidade que permitirá minimizar o prejuízo provocado pela situação do momento”, fala. Mas reforça que é um momento incerto e, os alunos que não conseguirem cursar o período especial, serão honrados na volta do calendário acadêmico. 

 

Os alunos interessados devem se matricular através do Portal do Aluno. 

 

Matemática

 

O curso de Matemática tem a oferta das seguintes disciplinas: Anéis e Corpos (CMM051), Educação Matemática (CMM065), Cálculo 1 CMM022 – adição curricular, só para currículo 2018), Introdução a Geometria Diferencial (CM077), Álgebra Linear 1 (CMM031), Cálculo 2 (CMM032 ou CMA211), Tópicos de Análise II: Introdução a Teoria da Medida (CMM108) e Equações diferenciais e a diferença (CMM052). 

 

Além disso, outros departamentos ofertam: Psicologia da Educação (ET084), Diversidade Étnico-racial, Gênero e sexualidade (ET170), e no segundo ciclo,  Metodologia de ensino da Matemática (EM604) e Política e Planejamento da Educação Brasileira (EP124). Entre as disciplinas obrigátorias, os alunos podem cursar 180 horas, além de 120h entre disciplina de estágio, TCC e optativas. 

 

Cada professor ficou responsável pela escolha do meio de interação com o aluno, que pode ser com aulas assíncronas, com comunicação pelo email ou Whatsapp, ou com aulas através do aplicativos, como o Teams ou Google Sala de Aula. 

 

Segundo a professora Elisângela de Campos, coordenadora do curso de Matemática, a expectativa é que 90% dos alunos se matriculem em pelo menos uma matéria. E, em relação aos professores, a adesão foi massiva para a oferta de disciplinas. Ela reforça que docentes e alunos precisam ter paciência: “As ferramentas tecnológicas podem falhar, a internet nem sempre está estável. Pode acontecer muito ruído na comunicação entre professor e alunos.  E a autonomia para o aluno será fundamental, eles precisarão estudar mais sozinhos, buscar outras referências, se dedicar mais intensamente as disciplinas”, comenta. 

 

Os alunos interessados devem se matricular através do SIGA.

 

 Expressão Gráfica

 

Como o curso de Expressão Gráfica está com duas grades, 2012 e 2020, as disciplinas oferecidas, em sua maioria, serão da antiga grade, para resolver pendências de alunos e ajudar a integralizar o currículo. Serão turmas pequenas. Mas ainda serão ofertadas outras matérias para alunos de todos os períodos. O  aluno pode cursar até 180h em disciplinas obrigatórias.

 

Cada professor montou a disciplina, inclusive se requer a instalação de algum software, e definiu a forma de interação, que estará explicada na Ficha 2, divulgada aos alunos junto com a lista de disciplinas que vão ser ofertadas. 

 

Quase 40% dos professores que atuam no curso aderiram ao período especial. A expectativa da coordenação do curso é de que muitos alunos se matriculem nas matérias. “Eu vejo benefícios para quem quiser participar, porque poderão adiantar disciplinas e resolver pendências. Fazer uma disciplina de cada vez, permite uma dedicação maior de estudos de cada disciplina”, comenta a professora Arabella Natal Galvão da Silva, coordenadora do curso de Expressão Gráfica. Mas ela reforça que nenhum aluno será prejudicado caso não consiga fazer as aulas.

 

Os alunos interessados devem se matricular através do SIGA.

 

Ciência da Computação

 

As disciplinas ofertadas no primeiro ciclo são: Programação 1 (CI1001), Algoritmos e Estruturas de Dados 1 (CI1055), Redes de Computadores 1 (CI1058), Arquitetura de Computadores (CI1212), Compiladores (CI1211), Cálculo 1 (CMA111) e Complementos de matemática (CM304). 

 

Cada aluno pode se matricular somente em três matérias dentro dos três ciclos: “é preciso considerar as ofertas dos próximos ciclos e não sobrecarregar um único período”, comenta o professor Luiz Carlos Albini, coordenador do curso de Ciência da Computação. As disciplinas dos próximos ciclos ainda vão ser discutidas.

 

Segundo Albini, mais da metade dos alunos demonstrou interesse em cursar as aulas no período remoto especial: “a principal recomendação é ir com calma, aproveitar as ofertas de disciplinas e não se sobrecarregar. Como os conteúdos serão condensados, ter tempo para assimilar o conteúdo e desenvolver as tarefas  é muito importante”, diz. Os alunos que não se matricularem não vão perder nada em conteúdo. 

 

Os alunos interessados devem se matricular pelo Portal do Aluno. 

 

Física

 

As disciplinas ofertadas atenderão aos alunos que estão no período final do curso, a lista está voltada às matérias finais, além das optativas do Departamento de Física. Os alunos podem pegar até 180h. Cada docente ficou responsável pela elaboração do plano de ensino de forma clara para divulgação aos alunos. 

 

A coordenação do curso espera um número reduzido de alunos, já que mesmo com o calendário normal, essas disciplinas possuem turmas reduzidas. “Uma vez iniciadas as atividades, tentem ser manter focados e focadas, na medida do possível e enquanto tiverem possibilidade de continuar as atividades e as levaram com a mesma seriedade de um curso presencial. Que sejam respeitosos com as dificuldades que serão enfrentadas pelos docentes e pelas docentes”, declara a professora Camilla de Oliveira, coordenadora do curso de Física. 

 

Os alunos interessados devem se matricular através do SIGA.

 

Estatística

 

O curso de Estatística está em momento de definição das disciplinas a serem ofertadas no período especial. Existem outras indicações feitas pelo Departamento de Estatística e pelo Departamento de Matemática, que acontecerão nos próximos ciclos. A expectativa é que o Curso de Estatística tenha de 8 a 10 disciplinas no período especial. Até o momento, a única disponível para esse ciclo é a matéria de Cálculo I. 

 

As aulas devem ocorrer com recursos virtuais, como o Moodle e plataforma TEAMS, mas fica a critério de cada professor, que decidirá a forma didática da disciplina. Segundo o professor Cesar Augusto Taconeli, coordenador do curso de Estatística, a maior parte dos professores demonstrou interesse em ofertar disciplinas. No Departamento de Estatística, 60% dos professores indicou intenção. E, em relação aos alunos, segundo levantamento feita pela coordenação, 85 a 90% mostrou interesse em cursar disciplinas, mas a participação dependerá da oferta.

 

Taconeli reforça que o período é novo e que professores e alunos precisam se esforçar para garantir a qualidade de ensino: “A minha expectativa é bastante positiva, apesar das circunstâncias atuais. Nós vamos precisar que tenham muito empenho e compromisso para que essas disciplinas sejam conduzidas da melhor maneira possível e para que nós alcancemos uma produtividade satisfatória”, comenta. 

 

Os alunos interessados devem se matricular através do Portal do Aluno.

Informática Biomédica

O colegiado do curso de Informática Biomédica ainda está avaliando as disciplinas a serem ofertadas, de acordo com as possibilidades dos departamentos e dos professores. 

 

As aulas serão através vídeos, videoconferências, resumos de aulas e plataformas virtuais, como a UFPR virtua, seguindo a escolha de cada professor. Segundo o professor Andrey Pimentel, 70% dos alunos manifestaram interesse em cursar o período especial. “Será uma novidade, apesar de muitos dos professores do nosso curso já usarem a internet e Moodle como apoio para suas aulas. As recomendações foram apenas no sentido de que os alunos não ocupem vagas se não tem a intenção de cursar”, comenta. 

 

Os alunos interessados devem se matricular no Portal do Aluno, em datas ainda a serem divulgadas. 

Professores criam aplicativo de previsão matemática sobre a COVID-19

Professores criam aplicativo de previsão matemática sobre a COVID-19

 

O aplicativo “Modinterv Covid-19” é uma ferramenta de auxílio para o entendimento e enfrentamento da pandemia. Através de projeções matemáticas, como as curvas de casos e óbitos, é possível ver como o vírus se comporta e qual a evolução esperada sem a necessidade de conhecimento técnico específico. O objetivo é permitir o cidadão comum compreender os dados da pandemia do novo Coronavírus em qualquer município e estado brasileiro, e no mundo.

 

O programa é resultado de pesquisas da Rede Colaborativa de Pesquisa em Modelagem Matemática da Epidemia de Covid-19 e Intervenções Não Farmacológicas (MODINTERV COVID-19), que reúne os departamentos de Física da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Sergipe (UFS), e os departamentos de física e estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

 

Sob a coordenação do professor Giovani Lopes Vasconcelos do Departamento de Física da UFPR, que também é o coordenador da MODINTERV COVID-19, o aplicativo foi desenvolvido por Arthur Araújo Brum, estudante de doutorado da UFPE, e Gerson Cortês Duarte Filho, professor da UFS. 

 

Os dados e os modelos matemáticos são importantes no combate da pandemia. Segundo o professor Giovani Vasconcelos, do Departamento de Física da UFPR, a projeção de dados além de ajudar os gestores públicos, auxilia a população a entender os riscos que enfrenta ao sair de casa ou participar de aglomerações e também a razão das medidas tomadas: “o correto uso dos dados disponíveis, a interpretação adequada desses dados e a elaboração criteriosa de possíveis cenários futuros, com base em modelos científicos rigorosos, constituem-se numa das principais armas para o enfrentamento da pandemia de Covid-19”.

 

Desse modo, o aplicativo surgiu de duas necessidades. A primeira é um acompanhamento em tempo real da situação do novo Coronavírus no mundo. Segundo Vasconcelos, como a evolução da pandemia ocorre rapidamente, era necessário a contínua atualização da previsão das curvas epidêmicas de diversos países, bem como de estados e cidades do Brasil:  “Isso nos motivou a desenvolver uma ferramenta que permitisse visualizar de maneira rápida, prática e confiável, a curva epidêmica atualizada para qualquer local desejado”. 

 

Além disso, disponibilizar a autoridades sanitárias, gestores públicos, pesquisadores e outras pessoas interessadas, uma maneira mais fácil de monitorar, através de dados oficiais, a situação da pandemia e os possíveis cenários para a evolução, com modelos matemáticos. “Servir como uma ferramenta de auxílio no entendimento e enfrentamento da grave pandemia de Covid-19”, explica Vasconcelos. 

 

O aplicativo está disponível para sistema Android (Foto: (SUCOM-UFPR/ Erik-Mclean/Unsplash, com manipulação digital por Nathália Vasconcelos)

 

O funcionamento do “ Modinterv Covid-19”

 

Através do aplicativo, é possível ver a curva acumulada, o crescimento do número total de casos ou óbitos em função do tempo, de casos confirmados e de óbitos  de qualquer município e estado brasileiro ou país. Além disso, permite ao usuário escolher um modelo matemático para fazer o ajuste desses dados e fazer algumas previsões sobre a evolução futura da curva epidêmica. 

 

Para cada fase da epidemia existe um modelo indicado. Vasconcelos explica que no início da pandemia o modelo q-exponencial é o mais apropriado: “A partir desse modelo, pode-se então ver, por exemplo, o tempo de dobramento para o local escolhido, que corresponde ao número de dias que levará até que o número de casos ou óbitos dobre em relação aos valores atuais”. Já onde a situação se encontra em uma fase intermediária, o modelo de Richards permite identificar se a curva já apresenta um ponto de inflexão: “Esse ponto de inflexão na curva acumulada corresponde ao “pico”, ou seja, o ponto de máximo da curva diária. Também permite fazer estimativas sobre o possível valor total de casos ou óbitos ao término da epidemia”. 

 

Mas Vasconcelos ressalta que as previsões seguem a hipótese de que o comportamento atual irá continuar, mas que não é sempre o caso: “uma vez que a evolução da epidemia pode mudar bastante, por exemplo, se novas medidas de contenção forem adotadas ou se medidas existentes forem relaxadas”. 

 

O aplicativo está disponível na internet pelo site , com tutorial para a utilização e com a explicação sobre como escolher o modelo matemático adequado para a curva e a interpretação dos parâmetros de ajustes. E é possível baixar a versão para celular, com sistema operacional Android. 

Professoras do Setor de Exatas produzem livro sobre mulheres cientistas no combate ao coronavírus

Professoras do Setor de Exatas produzem livro sobre mulheres cientistas no combate ao coronavírus

 

Professoras do Departamento de Química e Física publicaram o livreto “Mulheres nas Ciências: Coronavírus”, com a proposta  de valorizar o trabalho das mulheres na ciência, além de informar as pessoas sobre o coronavírus de forma lúdica. Ele é gratuito e pode ser baixado pela internet.

 

Com palavras cruzadas, caça-palavras e desenhos para colorir, o livro é indicado para todas as idades e pessoas interessadas. Segundo Clarice Amaral, uma das coautoras e professora do Departamento de Química, o objetivo é ajudar positivamente muitas famílias que estão em isolamento social com conhecimento de maneira lúdica: “A partir de um conteúdo leve, com atividades com diferentes níveis de dificuldade entreter e levar conhecimento a sociedade”, explica.

 

As cientistas que aparecem no livro têm se destacado nas pesquisas e no desenvolvimento de conhecimento do coronavírus, como a médica Ester Sabino, coordenadora do grupo Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), que sequenciou o genoma do novo coronavírus no Brasil. E também, Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, que tem atuado no combate da pandemia, e a virologista americana Dra Kizzmekia Corbett, que pesquisa uma vacina contra o COVID-19. “Nós começamos a listar as mulheres cientistas que estavam se destacando na temática do novo coronavírus. A cada dia encontrávamos um novo nome forte e queríamos escrever sobre ela e sobre a contribuição dela no combate ao novo coronavírus”, fala Amaral.

 

(foto: divulgação/Blog: Meninas e Mulheres na Ciência UFPR)

 

A ideia surgiu a partir do projeto de extensão “Meninas e Mulheres na Ciência”, coordenado pela professora Camila Silveira, do Departamento de Química. Segundo Silveira, o coronavírus está sendo muito falado na mídia, mas existe ainda pouco conhecimento das pessoas, por isso o livro é uma ferramenta para divulgar a ciência e o trabalho das mulheres que muitas vezes é invisibilizado: “Nós queríamos valorizar as mulheres cientistas, que trabalharam ao longo da história e que estão trabalhando neste momento atual no combate a COVID-19 por meio do desenvolvimento de pesquisas científicas”, comenta. 

 

O livro foi produzido de forma voluntária em três semanas por seis professoras do Setor de Ciências Exatas, Alessandra Souza Barbosa e Camilla Oliveira do Departamento de Física; Clarice D. B. Amaral,  Glaucia Pantano,  Tatiana R. G. Simões e Camila Silveira do Departamento de Química. “Então foi um trabalho elaborado por mulheres sobre mulheres cientistas e para todas as pessoas”, conta Silveira.

 

Além disso, as ilustrações foram feitas por Marcelo Jean Machado, aluno do curso de Física, e a revisão técnica foi realizada pelo biólogo Leonardo Gomes Vaz e da médica veterinária Altina Bruna de Souza Barbosa.

 

A publicação do livro no blog do projeto de extensão já atingiu mais de 9 mil visualizações e 3.500 compartilhamentos no Facebook. Alcançou o Brasil todo, além de outros nove países. Silveira fala que o retorno que elas têm recebido é muito positivo: “As pessoas estão dando retorno pra gente que a linguagem está acessível e pessoas que não são da comunidade acadêmica estão fazendo as atividades do livro, então isso nos deixa muito felizes”. Com o projeto de extensão “Meninas e Mulheres na Ciências”, as professoras possuem planos para produzir outros volumes. 

 

A próxima proposta é de conseguir imprimir 20.000 cópias do livro para distribuir entre as pessoas que não têm acesso ao computador, internet ou impressora. Isso está sendo discutindo entre as professoras com o Setor de Ciências Exatas e os Departamentos de Química e de Física.

Yuan Jinyun, professor do Setor de Exatas, é destaque na Matemática

Yuan Jinyun, professor do Setor de Exatas, é destaque na Matemática

(Foto: Divulgação/Facebook: Departamento de Matemática-UFPR)

 

Yuan Jinyun é professor titular do Departamento de Matemática na Universidade Federal do Paraná desde 1996. Membro vitalício da Academia Brasileira de Ciências e cidadão honorário de Curitiba, é reconhecido pelo ótimo trabalho na área das exatas, no qual recebeu diversos prêmios. Seguiu a carreira na pesquisa pela indução da vida, pois nasceu em uma comunidade rural na China.

 

“Espero que com a matemática eu consiga resolver os problemas reais e participar do desenvolvimento direto do país”, diz o professor Yuan Jinyun (Foto:Divulgação/UFPR)

 

A trajetória acadêmica

 

A carreira na área da Matemática não foi escolha própria. “O governo achou que eu tinha talento e capacidade de estudar matemática e pela lei tinha que obedecer”, explica Jinyun. Na China, ele morava na área rural e estava longe de tudo: “Era a primeira turma depois da revolução cultural. Nesta época as informações sobre tudo eram muito limitadas”, diz Jinyun.

 

Assim, com orientação do professor de matemática, prestou o vestibular chinês. Jinyun tinha quatro opções de cursos, arquitetura, um dos melhores do país; indústria de alimento, pois na adolescência sofria com a fome; medicina chinesa, para ajudar na saúde dos pais; e por último, licenciatura em matemática, para conseguir sair da vida rural. Com 88 pontos na prova de matemática, ele foi aceito para cursá-la no Instituto Tecnológico de Nanjing (atual Southeast University), uma das melhores universidades na China em Tecnologia. 

 

Jinyun conta que o governo mandou ele trabalhar na área de engenharia elétrica, já que a matemática é elemento importante no desenvolvimento do país: “Naquela época, a vida pessoal era decidida pelo governo, não por interesse pessoal. O governo decidia as coisas pelo planejamento do país, baseado no talento e na capacidade de cada um”.

 

O trabalho exclusivo com a pesquisa, na área de campos eletromagnéticos computacionais veio em 1982, quando começou no Laboratório de Microondas e Antenas do Departamento de Engenharia Elétrica do Instituto Tecnológico de Nanjing. “Durante o trabalho senti a vontade de fazer pós-graduação, por necessidade de melhorar o rendimento familiar”, explica Jinyun. 

 

Assim, resolveu fazer o mestrado para engenharia elétrica em 1986: “Mas o professor orientador queria que eu virasse escravo dele, não queria me aceitar como seu aluno. Como os chefes do departamento de Matemática conheciam meu trabalho, eles me aceitaram como aluno de mestrado com prioridade em Matemática Aplicada”, comenta Jinyun. O mestrado foi concluído em 1988, com sete artigos publicados.

 

A meta de fazer o doutorado veio em 1990, após trabalhar como professor no Departamento de Matemática, no Instituto Tecnológico de Nanjing. Jinyun relata que a proposta  para fazer o doutorado em otimização no Brasil, veio do matemático Alfredo Iusem do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA): “Decidi ir ao Brasil para fazer meu doutorado. Mas não consegui liberação da minha instituição, que não permitiu a demissão. O IMPA foi muito gentil e me deu uma carta de aceitação permanente. Com esta carta, gastei um ano para conseguir a liberação para sair da China com passaporte especial, que só pode ser uma saída”.

 

Após a conclusão do doutorado em 1993, Jinyun começou a trabalhar na UFPR como professor visitante e, em 1996, como professor titular no Departamento de Matemática, onde trabalha atualmente. Na UFPR, em conjunto com um grupo de professores, Alexandre Trovon, Carlos Henrique dos Santos, e Décio Kraus, implementou o curso de Matemática Industrial. Além disso, trabalhou na preparação do mestrado em Matemática Aplicada, em 2000, e o doutorado em Matemática e Matemática Aplicada, em 2010.

 

Segundo ele, quem segue na matemática e na pesquisa, deve duvidar de tudo com curiosidade e ter coragem de quebrar as regras. “O desenvolvimento do país e do povo depende da pesquisa e da ciência”, diz Jinyun. 

 

Atualmente, é editor associado do Applied Mathematics and Computation, cujo fator de impacto é maior do que 3; editor associado do Computational and Applied Mathematics da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC), membro do corpo editorial do Journal of Applied Mathematics e American Journal of Computational Mathematics; editor-chefe da Coleção de Matemática Aplicada e Computacional da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Foi secretário regional da Sociedade Brasileira de Matemática; coordenador regional do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), e coordenador do projeto de pesquisa da Companhia Paranaense de Energia (COPEL). 

 

Com toda a sua dedicação na área da Matemática, Jinyun foi reconhecido e ganhou diversos prêmios. Foi o primeiro matemático a ganhar o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia, em 2004. Quatro anos depois, recebeu o título da Ordem  Nacional de Mérito Científico pelo governo federal, como Comendador e, em 2018, como Grã Cruz. Além disso, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências. “Os prêmios animam para trabalhar. Agradeço a comunidade que reconheceu minhas contribuições ao país. De fato, nunca pensei em ganhar tantas coisas”, diz Yuan.

 

Professor Yuan Jinyun recebendo o título de Grã Cruz da Ordem Nacional de Mérito Científico, em 2018. (Foto: divulgação/Facebook Departamento de Matemática -UFPR)

 

A experiência na pandemia

 

Com a pandemia do novo coronavírus, a dependência da pesquisa e das ciências é grande. Jinyun deixa claro seu posicionamento: “Tem que investir na pesquisa de matemática, porque os modelos matemáticos ajudam nas ações de combate nesta pandemia. Políticos têm que escutar, respeitar e seguir os conselhos das ciências”. 

 

Jinyun dá como exemplo o lançamento de 13 Centros Nacionais de Matemática Aplicada na China: “Como um médico brasileiro falou comigo hoje, a medicina é matemática”. 

 

No início do ano, quando a China enfrentava os piores casos da COVID-19, Jinyun estava em território chinês. Para ele, a maneira como o país enfrentou o vírus foi diferente do Brasil, com o isolamento mais rigoroso, mapeamento e monitoramento do vírus. “Os políticos chineses respeitam os cientistas e seguem os conselhos deles. Acadêmicos na área de medicina dão orientações para povo, pois neste período só tem voz os acadêmicos”, comenta.

 

Jinyun relata que existe grande diferença entre os chineses e os brasileiros, o planejamento: “Todos os níveis do povo chinês, pobre, médio ou rico, tem planejamento familiar e sempre economizam certa quantia dinheiro para emergências. Acho que o brasileiro tem que aprender planejamento familiar e se preparar para situação emergencial”.

Professor do Departamento de Química assume a cadeira na Academia Brasileira de Ciências

Professor do Departamento de Química assume a cadeira na Academia Brasileira de Ciências

 

O professor Aldo José Gorgatti Zarbin, do Departamento de Química, tomou posse na quarta feira (13) como membro  titular em Ciências Químicas na Academia Brasileira de Ciências (ABC). Ele foi eleito na Assembléia Geral Ordinária em dezembro de 2019 como membro vitalício. O critério de seleção é a atuação científica de excelência.

 

A ABC é uma entidade sem fins lucrativos e não governamental, que atua como sociedade científica honorífica. Ela tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, da educação e do bem estar social do País. E procura estimular e reconhecer os mais importantes pesquisadores brasileiros através do ingresso no quadro, além dos jovens cientistas com grande potencial para a pesquisa. “É um misto de sentimento de realização, de satisfação, de muita alegria e de grande responsabilidade”, comenta Zarbin.

 

Segundo Zarbin, objetivo dele agora é ajudar a pensar em temas relevantes para a educação, à ciência, tecnologia e inovação: “Pensar o país, propor soluções e alternativas, promover estudos científicos e compreender diferentes aspectos que impactam na vida da população, e que possam servir de base para a adoção de diferentes políticas públicas”.

 

Diploma de membro titular do professor Aldo Zarbin (Foto: ABC).

 

Com trabalhos em diferentes áreas e com diferentes ações, como políticas setoriais, publicações, organização de eventos científicos, intercâmbio com as academias de ciências de todo o mundo, a ABC tem atuado na luta pela ciência, tecnologia e inovação no Brasil. 

 

Com a pandemia da COVID-19, tem se manifestado sobre propostas de ações, organizando webinários e fóruns de discussões sobre os diferentes temas relacionados e se reunindo com a Organização Mundial da Saúde: “Por se tratar de um problema onde a ciência é o único caminho para a solução, a ABC tomou as rédeas da situação para fornecer ao país respostas baseadas em fatos e em evidências científicas”, explica Zarbin.

Setor de Exatas e Polícia Federal trabalham em parceria na área de ciências forenses

Setor de Exatas e Polícia Federal trabalham em parceria na área de ciências forenses

 

O Setor de Ciências Exatas e a Polícia Federal formalizaram a parceria através da criação do Centro de Ciências Forenses. Mas o trabalho em conjunto já acontecia há vários anos com os departamentos de Informática, Química e Física, além do departamento de Geologia do Setor de Ciências da Terra. São realizados atividades na área de ciências forenses, como identificação de novas drogas psicoativas, análises de microvestígios, exames ambientais, desenvolvimento de sistemas e bancos de dados.

 

A parceria da Polícia Federal com a UFPR começou em 2010, com peritos geólogos e pesquisadores do Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (LAMIR), do Departamento de Geologia do Setor de Ciências da Terra, para análise de vestígios encontrados em diferentes locais de crime e diversos materiais de interesse forense. “A UFPR possui equipamentos de última geração e pessoal qualificado que é capaz de apoiar a PF em casos que exijam uma análise diferenciada”, explica Marcos Sunye, diretor do Setor de Ciências Exatas sobre as atividades em conjunto.

 

A formalização dessa parceria é importante para a continuidade de trabalhos. Segundo Sunye, o convênio abre perspectivas de novos projetos em todo o território nacional. Além disso, permite desenvolver os laboratórios e as Pós-Graduações do Setor: “Esse convênio nos abre oportunidades de novos financiamentos, novos projetos e novos desafios”.

 

Fábio Augusto Salvador, geólogo e perito criminal federal, explica que para o desenvolvimento das ciências forenses no Brasil, é necessário o estreitamento das relações entre a criminalística e universidades: “O estado da arte de áreas do conhecimento como geologia, química, ciências da computação, física, biologia e muitas outras só é alcançado com a dedicação plena de estudantes de graduação e pós-graduação em coordenação com os peritos criminais demandadores de soluções rápidas e cientificamente sustentáveis”.

 

As atividades são realizadas na área de ciências forenses, como identificação de novas drogas psicoativas, análises de microvestígios, exames ambientais, desenvolvimento de sistemas e bancos de dados.
(Foto: Leonardo Bettinelli/Sucom-UFPR)

 

A partir dos trabalhos desenvolvidos em conjunto, Salvador explica que os efeitos são positivos: “resultados práticos muito rapidamente, produção de soluções para aplicação na área criminalística, suporte para confecção de laudos criminais, trabalhos acadêmicos inovadores e de qualidade internacional, desenvolvimento de soluções para problemas inesperados na persecução penal”. 

 

E para consolidar ainda mais a parceria entre as universidades e as ciências forenses é o lançamento do edital do PROCAD – Programa de Cooperação Acadêmica em Segurança Pública e Ciências Forenses. Ele possibilitará o financiamento pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ) , Secretaria de Segurança Pública (SENASP) e a CAPES de vinte projetos de pesquisa desenvolvidos entre universidades e unidades de criminalística. “Com financiamento de custeio, investimento e bolsas de estudo, constituirá um marco fundamental para a definitiva integração entre ciências forenses e academia”, comenta Salvador. 

Setor de Ciências Exatas cria Centro de Ciências Forenses em parceria com a Polícia Científica do Paraná e a Polícia Federal

Setor de Ciências Exatas cria Centro de Ciências Forenses em parceria com a Polícia Científica do Paraná e a Polícia Federal

 

Com a finalidade de atuar de forma mais centrada na área das Ciências Forenses e formalizar as parcerias com a Polícia Científica do Paraná e a Polícia Federal, o Setor de Ciências Exatas cria o Centro de Ciências Forenses (CCF). A ideia surgiu da vocação dos departamentos do setor, em especial Física, Química e Informática nas áreas. A criação foi formalizada no regimento do Setor aprovado pela Resolução 31/19-COPLAD. 

 

As atividades desenvolvidas serão identificação, análises, catalogação e processamento. Segundo Marcos Sunye, diretor do Setor de Ciências Exatas, o CCF tem o objetivo de fomentar a interdisciplinaridade e a pesquisa, propondo temas de teses, dissertações nas pós graduação envolvidas. “A universidade irá trocar tecnologia, fazer análises e submeter projetos aos órgãos de fomento em parceria com a Polícia Científica do Paraná e a Polícia Federal”, comenta.

 

Na criação participam o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) do Departamento de Informática, a Central Analítica do Departamento de Química e o Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (Lamir) do Departamento de Geologia do Setor de Ciências da Terra.

 

O Centro de Ciências Forenses será composto pelo Coordenador e Vice-coordenador, dois representantes eleitos, e um Comitê Gestor, composto por um representante indicado pelo coordenador de cada laboratório. O processo está em fase de formalização. Inicialmente funcionará  amparado pelo Setor de Ciências Exatas e, a medida que for crescendo nos projetos, será mais autônomo.

 

Qualquer laboratório que tenha interesse em participar, devem entrar em contato com o Comitê Gestor via coordenador.

Professores e estudantes do Departamento de Informática pesquisam ferramentas para verificação de temperatura corporal para o combate da COVID-19

Professores e estudantes do Departamento de Informática pesquisam ferramentas para verificação de temperatura corporal para o combate da COVID-19

 

Um dos sintomas do COVID-19 é a febre e muitos estabelecimentos estão utilizando da medição de temperatura para permitir a entrada nos lugares e a venda do dispositivo teve um aumento nas últimas semanas. A partir disso, o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL), está pesquisando ferramentas para verificação de temperatura como medida de apoio ao combate da propagação do novo Coronavírus. A iniciativa conta com professores e estudantes dos Departamentos de Informática do Setor de Exatas, e de Enfermagem do Setor de Ciências da Saúde. 

 

Até o momento, os pesquisadores estão finalizando o protótipo de um totem, que fará a identificação do estudante e a verificação da temperatura corporal, com a identificação de possíveis infectados pelo COVID-19 e evitando a propagação do vírus: “A auto verificação da temperatura elimina a necessidade de uma pessoa próxima ao avaliado e pode ser entendida como procedimento padrão para apoiar a avaliação da saúde mesmo após a epidemia”, expõe Fabiano Kuss, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Informática.  

 

Kuss explica que os termômetros vendidos no mercado precisam de proximidade menor que a distância segura recomendada. Sobre a proposta da pesquisa, comenta: “A temperatura corporal pode ser mensurada sem a necessidade de contato físico com sensores que medem a emissão de energia infravermelha do corpo”. Além disso, o totem pode ter outras medidas a ser implementadas de apoio da disseminação, como higienização das mãos e sapatos. 

 

Conhecimentos experimentados no período de sanduíche do doutorado, realizado no Nanyang Technological Institute (NTU) em Cingapura, permitiram Kuss e os outros pesquisadores a projetar e construir um dispositivo de baixo custo que faz a leitura da temperatura corporal, antes que entrem em ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas. O objetivo é utilizar em discentes, docentes e funcionários das instituições de ensino. 

 

No C3SL, foram realizados experimentos com microcontroladores, computadores de baixo custo e dispositivos móveis, que atuaram de forma integrada no auxílio aos processos didáticos e de gestão das instituições de ensino. “Neste panorama identificamos resultados que podem ser aplicados ao retorno seguro às aulas depois do isolamento social”, comenta Kuss. 

 

Mas reforça que a medição corporal é uma medida de apoio ao combate do COVID-19: “O isolamento social continua sendo a principal forma de redução da propagação da doença”. 

 

A pesquisa está em andamento e a previsão para a conclusão é no início de julho, a fim de proporcionar a ferramenta para garantir mais segurança no acesso às dependências das instituições. 

Setor de Exatas no combate à pandemia: professores e técnicos pesquisam e agem contra o COVID-19

Setor de Exatas no combate à pandemia: professores e técnicos pesquisam e agem contra o COVID-19

 

Desde que a pandemia do novo Coronavírus começou, professores e técnicos dos departamentos do Setor de Ciências Exatas estão mobilizados na luta contra o COVID-19. São diversas ações de combate: pesquisas, produção e análises de falsificação de álcool em gel e confecção de protetores faciais com impressoras 3D.

 

A necessidade de informações no combate é importante e, pensando nisso, que professores, pesquisadores, bolsistas e estagiários dos Departamentos de Informática, Estatística, Expressão Gráfica, Física, Matemática e Química, do Setor de Ciências Exatas da UFPR; bem como da Enfermagem, do Setor de Ciências da Saúde  e Design; do Setor de Artes, Comunicação e Design; e um professor colaborador do Insper-SP, criaram o Portal Covid-19, um grupo interdisciplinar, que reúne dados e informações sobre o novo coronavírus no Paraná.

 

Com gráficos de números de casos e óbitos, mapas e previsões, o objetivo é  de reunir dados e informações, trocar experiências entre os pesquisadores, divulgar pesquisas e resultados para a sociedade. 

 

Pesquisas de previsão e propagação da pandemia

 

As pesquisas desenvolvidas pelos professores do Setor de Exatas buscam entender e facilitar o combate ao novo Coronavírus. Dentro das pesquisas, são diversos os temas estudados. Foi criado um grupo interdisciplinar para reunir pesquisas sobre modelos de previsão e propagação da pandemia

 

Participam os professores Paulo Justiniano e Wagner Bonat, do Departamento de Estatística, com modelos de previsões para o Portal Covid-19, em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado do Paraná e o Instituto Fiocruz. Assim como o professor Giovani Vasconcelos, do Departamento de Física, com publicações sobre modelos matemáticos. 

 

Outra pesquisa em andamento, é “Redes complexas e a COVID-19 no Paraná”, dos professores Marcus Beims, do Departamento de Física, e André Grégio e Eduardo Almeida do Depto de Informática da UFPR e os professores Sandro Pinto e Pedro Miranda da Universidade Estadual de Ponta Grossa. 

 

Além disso, a pesquisa dos professores Marcus Beims, Rafael Marques da Silva e o doutorando Eduardo Brugnago, do Departamento de Física, procuram entender o efeito de estratégias capazes de diminuir o crescimento da pandemia e propor modelos matemáticos que preveem o crescimento da COVID-19. É uma parceria com Carlos FO Mendes, professor da Universidade Estadual do Amazonas, e César Manchein, professor da Universidade Estadual de Santa Catarina. Eles observaram o crescimento do número confirmado de infectados em nove países, Brasil, China, França, Alemanha, Itália, Japão, Coréia do Sul, Espanha e Estados Unidos da América até o dia 27 de março do 2020.

 

Pesquisas de testagem de casos de COVID-19

 

O professor David Menotti, do Departamento de Informática da UFPR, em parceria professores Eduardo José da Silva Luz, Gladston Juliano Prates Moreira e Rodrigo Silva e o doutorando Pedro Henrique Lopes Silva, do Departamento de Computação da UFOP e médica  Ludmila Silva, está desenvolvendo uma técnica que utiliza imagens de Raio-X torácico para auxiliar no diagnóstico de pacientes com o Covid-19. Eles utilizam um sistema computacional que aprende a diagnosticar a partir de uma base de 13.800 imagens, sendo 183 delas de pacientes com o novo Coronavírus e as restantes de pacientes saudáveis ou com pneumonia.

 

E a professora Caroline D’Oca, do Departamento de Química, está buscando recursos para compra de equipamentos para uma pesquisa de testagem utilizando a técnica de Ressonância Magnética Nuclear e Espectometria, seguindo estudos em outros países, como Austrália e Reino Unido. 

 

Ações para combater o COVID-19

 

Além das pesquisas, professores e técnicos do Departamento de Química estão produzindo álcool em gel, já que a demanda do produto aumentou e há a falta dele no mercado. O álcool em gel é destinados para hospitais, principalmente para o Hospital do Trabalhador. Os professores Ana Luisa Lordello e professor Rilton Alves de Freitas estão trabalhando em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e de outros setores, como o Instituto de Tecnologia do Paraná. Além disso, complementa a produção de outros campi da UFPR, como  Farmácia Escola no Jardim Botânico, Palotina, Jandaia do Sul e Litoral.

 

Mas assim como a procura pelo produto aumentou com a pandemia do novo Coronavírus, a falsificação do álcool em gel também. Por isso, em parceria com a Polícia Científica do Paraná, os professores Andersson Barison e Caroline D’Oca, do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) do Departamento de Química, estão analisando amostras suspeitas utilizando a técnica de RMN HR-MAS de ¹H. A porção de álcool etílico deve estar entre 68 a 72% INPM, pois abaixo ou acima, não possui propriedade anti-séptica. 

 

Outro produto que está em falta desde o início da pandemia, são as máscaras e os protetores faciais, produto que complementa a proteção dos profissionais da saúde.  Com isso, os professores Márcio Carboni, do Departamento de Expressão Gráfica, e Wilson Soares, do Departamento de Física, estão produzindo os Protetores Faciais EPI utilizando as impressoras 3D, em conjunto com um grupo de 150 profissionais do Paraná. A proposta é entregar os protetores faciais para hospitais e trabalhadores de saúde do estado. 

 

Pesquisa estuda a forma de propagação do COVID-19 e quais são as melhores estratégias de combate

Pesquisa estuda a forma de propagação do COVID-19 e quais são as melhores estratégias de combate

 

Professores e pesquisadores da Universidade Federal do Paraná em parceria com a Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Estadual do Amazonas (UEA) procuram entender o efeito de estratégias capazes de diminuir o crescimento da pandemia e propor modelos matemáticos que preveem o crescimento da COVID-19. Eles observaram o crescimento do número confirmado de infectados em nove países, Brasil, China, França, Alemanha, Itália, Japão, Coréia do Sul, Espanha e Estados Unidos da América até o dia 27 de março do 2020.

 

Participam os professores Marcus Beims, Rafael Marques da Silva e o doutorando  Eduardo Brugnago, do Departamento de Física do Setor de Exatas da UFPR, Carlos FO Mendes, professor da UEA, e César Manchein, professor da UDESC. 

 

Segundo Marcus Beims, a ideia surgiu para compreender a forma de propagação do vírus: “nosso objetivo é entender a forma de propagação deste vírus, propor estratégias práticas para conter seu crescimento, mostrar que estratégias de achatamento das curvas tendem a ser universais, independentemente do país ou continente”. 

 

A pesquisa possui dois enfoques, um prático e outro acadêmico. Na primeira parte, os pesquisadores utilizam um modelo epidemiológico SEIR (Suceptíveis-Expostos-Infectados-Recuperados), uma forma de descrever a contaminação, para estudar as melhores estratégias de redução capazes de diminuir a epidemia. “As estratégias mais eficazes encontradas para diminuição do número de infectados envolvem um alto índice de distanciamento social combinado à realização diária de um elevado número de testes”, explica Beims. 

 

Já no enfoque acadêmico, os pesquisadores perceberam que em vez da Lei Exponencial, comum em epidemias, é possível propor modelos matemáticos que prevêem o crescimento da COVID-19 através da Lei de Potência, o que sugere que a ligação entre os indivíduos infectados se dá por meio de redes complexas. Beims relata que existe uma forte correlação da Lei de Potência entre os quatros continentes estudados: “E isso sugere que as estratégias de achatamento das curvas são genéricas, ou seja, universais, independentemente do país ou continente”. 

 

A pesquisa está em desenvolvimento e os próximos planos são melhorar as projeções apresentadas no modelo matemático, utilizando os dados das séries temporais reais do número acumulado de indivíduos infectados. A ideia é caracterizar estratégias que podem encurtar os períodos de distanciamento social. “Acreditamos que através de projeções teóricas e modelos matemáticos podemos realizar ensaios para estimar a eficiência de determinadas políticas governamentais aplicadas ao controle da epidemia em municípios, estados e países”, comenta Beims.

 

Além disso, recentemente foi iniciada uma colaboração com os Professores Sandro Pinto e Pedro Miranda da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sobre a propagação do vírus sobre uma rede complexa formada por cidades do Paraná.

 

O trabalho está publicado na Revista Chaos: An Interdisciplinary Journal of Nonlinear Science e em entrevista no American Institute of  Physics (AIP).